Um palhaço em mim

O meu palhaço. O que faz aqui? Porque apareceu nessa hora? O que me cura e o que me custa sua presença?
O riso pressupõe um choro, lagrimas que reforçam o riso, as contradições, as forças opostas, os espelhos refletidos.
Me enxergo em facetas deste palhaço que me atormenta. Um olhar vagabundo, abandonado, simples, abandonado. Que é que me dá ? Que é que me traz? Que é que você tem pra me dizer?
-eu vim aqui pra te pedir perdão.
O meu palhaço me abraçou me amou. Um beijo no nariz me afaga mágoas. Magias. A sua presença me fez mágica no escuro. Me cuidou, limpou minhas feridas, minhas cicatrizes desgastadas. E me diz:
-espere. Sonhe mais. Viva suas dores e o riso superará qualquer lágrima.
O prazer é viver e ser. Durante alguns segundos eternos, meus olhos choveram, viram,.viraram estrelas. Pensamentos condenam. O tempo relativiza meus estados de prazer. A sua forma e quantidade de passagem me induziu novos estados de compreensão da sensibilidade.
Entulhos embrulhados nas escadarias desintegradas de mim.
O meu lado refletido no teu eu se agoniza. Preciso de outras coisas. Preciso de novos, de novo. Nova mente estou sentindo as camadas de um novo ser. Nao inovador, nao irreconhecível, mas, cansado, encorajado, forte, consistente, sinto mãos e pés cascudos aparecendo. Um corpo em harmonia. Risos desarmonicos. Contraditórios, desfeitos, variantes de um contágio presunçoso
Um deus beijando seu universo.

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